06.06.2019

Diversidade de aves no Parque das Neblinas atrai praticantes de birdwatching

O Parque das Neblinas, reserva ambiental da Suzano gerida pelo Ecofuturo, tem uma interessante recepção aos visitantes: as aves. Avistá-las buscando alimentos, durante o ritual de acasalamento ou ouvi-las vocalizando, é uma cena recorrente. Não é à toa: até o momento foram identificadas 245 espécies, formando uma comunidade exuberante, que representa cerca de 20% do total de 1.253 de espécies da fauna e flora já registradas na área.

Destas 245 aves, 25 delas são endêmicas, ou seja, ocorrem apenas na Mata Atlântica. Além disso, há também um pássaro conhecido como chupa-dente (Conopophaga lineata), ameaçado de extinção. As aves contribuem ainda para a conservação ao, por exemplo, se alimentarem de frutos de árvores como a palmeira-juçara e auxiliarem na dispersão de suas sementes, acelerando a restauração das florestas. Também são polinizadoras, contribuindo para a manutenção da diversidade genética.

A grande quantidade de espécies possibilita que o Parque atraia atividades de birdwatching, a observação de aves em seu ambiente natural sem interferir no comportamento ou território do animal. Um observador registra em média, a cada três dias na reserva, 87 espécies, podendo observar até 72 em uma só manhã.

O potencial da reserva para a identificação de novas espécies e para a prática da atividade foi tema do Avistar 2019 – 14º Encontro Brasileiro de Observação de Aves, que aconteceu na USP. Como parte da programação, alguns observadores e pesquisadores do Brasil, dos EUA e do Reino Unido que participaram do evento visitaram o Parque e registraram pela primeira vez na reserva o araçari-poca (Selenidera maculirostris).

“Um número tão significativo de espécies, sendo uma parcela delas consideradas endêmicas, é um excelente indicador. Isso mostra que o Parque das Neblinas oferece um ambiente favorável à conservação desses animais, que costumam ser sensíveis a alterações em seu habitat. Nossa expectativa é ampliar a estrutura oferecida aos praticantes de birdwatching para tornar a reserva referência na prática”, afirma Paulo Groke, Diretor Superintendente do Ecofuturo.