O caçador tradicional de Taiçupeba

Durante um estágio no Instituto Ecofuturo, eu fui mandada ao Parque das Neblinas com a intenção de obter informação suficiente para elaborar um relatório de pesquisa sobre a caça e o extrativismo ilegal de plantas. Para conseguir contatos, entrevistas com caçadores da região, eu estava contando com Sandro. Sandro foi um caçador no passado que tinha abandonado a caça e se juntado ao Parque das Neblinas, onde passou a ser um guia ambiental. Conhecia os caçadores da região. O meu objetivo era de conhecer estes caçadores, suas tradições, e talvez, conseguir informação suficiente para ajudar a interromper a caça na região. 

No entanto, fui surpreendida. Não tive contato com pessoas que praticavam extrativismo ilegal e muito menos com “caçadores mercenários” (como foi chamado por Sandro, caçadores ou extrativistas ilegais que entram na mata com intuito de conseguir lucro). Muito pelo contrário, encontrei em Taiçupeba um caçador tradicional, que respeita o meio ambiente, e tem um rico conhecimento sobre a fauna e a flora do lugar. Descobri que passar de caçador a ambientalista (como no caso de Sandro) não é uma situação paradoxal, muito pelo contrário – depois de conhecer a cultura tradicional da caça na região, faz sentido. Saí do Parque das Neblinas com uma mentalidade muito diferente da qual eu cheguei. Meu objetivo mudou, em vez de querer interromper o relacionamento destes caçadores com a mata, saí de lá com a intenção de promover o acolhimento destes caçadores no Parque das Neblinas, onde a ligação destes caçadores antigos com o Parque poderia enriquecer a vida e o conhecimento de ambos. 


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