09 ago

O que é consumo sustentável?

Você já deve ter ouvido falar sobre consumo sustentável. O canudinho – o vilão da vez – trouxe o debate de volta para as nossas conversas casuais, mas o problema está longe de se resumir a ele.

Então, se abolir o uso do canudo não é o suficiente para salvar o planeta, como você pode fazer a sua parte no dia a dia?

O primeiro passo é procurar entender de onde vem o produto que consumimos e o que está por trás da cadeia produtiva que o leva até nossa casa. Ou seja, não é apenas sobre repensar o descarte, mas também sua origem.

A indústria da moda, por exemplo, está entre as que mais utilizam água em seu processo e é responsável por 5% das emissões de gases poluentes, de acordo com o relatório “Pulse of the fashion industry”. Além disso, a pesquisa The Global Slavery Index 2018, realizada pela fundação Walk Free, apontou que ela é também a vice no ranking de indústrias de exportação que mais exploram mão de obra análoga à escravidão.

O contexto pode assustar, afinal, como ter certeza da origem de cada peça que compramos? Mas mesmo quando não temos acesso a essa informação, ainda há uma saída: refletir sobre nosso ímpeto pelo consumo e questionar se realmente precisamos adquirir mais um produto – por mais que aquele sapato seja l-i-n-d-o!

O caminho nos leva a uma mudança de comportamento, não apenas quanto à quantidade que se consome, mas, também, como se consome. Brechós são uma alternativa: além de adquirir uma peça por um preço menor, você evita a geração de lixo e o consumo de recursos naturais para produção, por exemplo.

O alimento em nossa mesa também merece reflexão: para diminuir a emissão de gases poluentes é necessário reduzir a ingestão de proteína animal. Um estudo publicado na revista Nature mostrou que, para evitar uma crise climática, é preciso que a sociedade consuma 75% menos de carne bovina e 90% menos de carne suína.

Então que tal começar trocando, de vez em quando, o churrasco por opções vegetais ou, por exemplo, o pastelzinho de carne por um de taioba – uma espécie de verdura da Mata Atlântica? A campanha “Segunda sem carne”, lançada nos Estados Unidos, chegou ao Brasil e nos colocou no topo do ranking como o país onde ela possui o maior alcance atualmente. Em 2018, 67 milhões de refeições vegetarianas foram realizadas dentro da iniciativa.

Mas como em qualquer tipo de consumo, a origem do seu alimento também deve ser questionada. Comprar de pequenos produtores, ou ter uma horta dentro de casa, ajuda a minimizar o desperdício de água e a contaminação por agrotóxicos do solo e do lençol freático.

Alterar comportamentos cotidianos pode fazer uma grande diferença no fim do dia, e é também uma forma de incentivar grandes empresas a adotarem atitudes mais sustentáveis.

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