22.03.2022

Parque das Neblinas protege floresta de Mata Atlântica e bacia do Itatinga

O Parque das Neblinas, reserva ambiental da Suzano gerida pelo Instituto Ecofuturo, conserva 7 mil hectares de floresta em diferentes estágios de regeneração, nos municípios de Bertioga e Mogi das Cruzes (SP), e desempenha importante papel para proteção dos recursos hídricos da região e do maior remanescente contínuo de Mata Atlântica do País, o Parque Estadual da Serra do Mar de São Paulo (PESM) e a Serra de Paranapiacaba.

Em duas décadas de atuação, o Instituto promoveu a transformação de uma antiga área degradada em uma das maiores reservas privadas do bioma no País e um grande “laboratório” para estratégias de restauração e conservação. Desde 2006, o local é reconhecido como Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, pelo Programa Homem e Biosfera da UNESCO e abriga 1.265 espécies de fauna e de flora já registradas no local – sendo quatro delas novas para ciência e 24 com algum grau de ameaça.

A área também protege 50% da bacia do rio Itatinga, importante patrimônio hídrico da região: 515 de suas nascentes e 14 km de seu curso estão no local – além de 15 nascentes do Alto Tietê. O Itatinga é berço de diversas espécies e acredita-se que o Parque seja um dos últimos habitats do Coptobrycon bilineatus (conhecido como lambarizinho ou piabinha), espécie de peixe classificada como Vulnerável (VU) e encontrada dentro da área da reserva, após décadas sem ser registrada por pesquisadores.

“O rio Itatinga é a principal artéria do Parque das Neblinas e também cruza outras unidades de conservação, como o Parque Estadual Serra do Mar e o Parque Estadual Restinga de Bertioga, sendo de fundamental importância para a dinâmica de ambientes como o mangue e a restinga do município de Bertioga”, afirma Paulo Groke, diretor superintendente do Instituto Ecofuturo.

A relação entre floresta e recursos hídricos está diretamente interligada: um depende do outro e a conservação de ambos é necessária. A cobertura florestal nas margens dos rios atua como uma camada de proteção e, assim como uma esponja, absorve a força das grandes chuvas e evita, por exemplo, que a água chegue barrenta nos cursos d’água, já que retém os sedimentos que iriam diretamente para o rio, além de reduzir a ocorrência de erosões no solo. A cobertura vegetal permite que a água das chuvas se infiltre no solo, promovendo assim a recarga dos lençóis freáticos.