29 maio

Quase lá não é lá!

Em um post de abril  a gente prometeu que iria detalhar cada um dos 8 Objetivos do Milênio. As metas para o primeiro deles, “Erradicar a estrema pobreza e a fome”, foram atingidas pelo Brasil em 2007 e superadas em 2008. Ponto pra gente! Mas lembra sobre o que falamos lá no primeiro post : “O desafio é que, no final, se faltar um micro pedaço, o menor de todos, do tamanho de um átomo, o quebra-cabeça não estará completo. O pedacinho vai fazer falta”. Ou seja, quase bom não é bom.
A primeira meta do primeiro Objetivo do Milênio é, até 2015, a redução do nível de incidência da pobreza extrema na população à metade do observado em 1990. Isso é calculado por meio da porcentagem da população sobrevivendo com menos de US$ 1,25 por dia. Em 1990, esse valor era de 25,6%. Em 2008, 4,8%.
A segunda meta do primeiro Objetivo do Milênio é a redução à metade da proporção de pessoas que passam fome. O indicador é porcentagem de crianças de zero a quatro anos com peso abaixo do esperado para sua idade. Em 1996, a porcentagem era de 4,2%. Em 2006, 1,8%.
Olhando esses números com lupa, é possível ainda identificar grandes desigualdades. Por exemplo, em 1990 haviam 22,8 milhões de pessoas pretas ou pardas extremamente pobres e 12,7 milhões de brancos na mesma situação. Em 2008, esses valores eram de 6 milhões e 2,5 milhões, respectivamente. Em 1990, a porcentagem de pobres na zona rural era de 51,3%, enquanto na zona urbana era de 16,2%. Em 2008, esses números passaram para 12,5%, na rural, e 3,4%, na urbana.
Mas o copo está meio cheio, sim.
Falta muito pouco. Para ter uma ideia, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou um relatório em 2008: “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – Relatório Nacional de Acompanhamento”. Eles fizeram uma conta para saber o quanto cada brasileiro, inclusive os extremamente pobres, deveria contribuir para erradicar a pobreza, desprezando a existência de custos administrativos e dificuldades para a distribuição dos recursos.
Sabe o resultado? Pasme! Se, em 2008, cada brasileiro tivesse contribuído com míseros US$ 0,03 teriam sido arrecadados R$ 9 milhões, que, distribuídos entre os extremamente pobres de forma a receberem exatamente a quantia necessária para elevar a sua renda ao nível de pobreza, teriam feito com que, naquele dia, a pobreza extrema fosse erradicada no Brasil. A previsão é que este objetivo seja realizado no Brasil entre 2013 e 2014.
Até lá, o trabalho continua e há muito o que pode ser feito para contribuir. É preciso ter olho de ver, vontade de fazer e fazer junto! Um bom começo é olhar em nosso entorno, nossa comunidade: um olhar 360o. É ver tudo de bom que já existe e refletir sobre tudo aquilo que ainda precisa ser melhorado. Isso pode mobilizar várias pessoas e virar um projeto, que, em breve, poderá ser inscrito no 3o Prêmio Ecofuturo de Educação para Sustentabilidade, que será lançado no dia 20 de junho. Mais informações sobre o Prêmio, logo logo, por aqui mesmo. Enquanto isso, olhe ao redor, compartilhe impressões, anote as ideias. Lembre: o hoje é o ovo do amanhã!

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