O Parque das Neblinas, reserva de uso sustentável, criada pela Suzano Papel e Celulose e gerida pelo Instituto Ecofuturo, comemora 12 anos neste mês de outubro. Oficialmente inaugurado em 2004, com 2.800 hectares, o local – que hoje possui praticamente o dobro da área inicial e tem 6.100 hectares – abriga muitas espécies da biodiversidade da Mata Atlântica, das quais 1.400 já foram identificadas por meio de estudos científicos.
Localizado nos municípios de Mogi das Cruzes e Bertioga, o Parque é considerado Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pelo Programa Homem e Biosfera da UNESCO. Pela representatividade da região, que conserva ainda importantes remanescentes florestais, o Parque das Neblinas tem atuação fundamental no planejamento e implementação de estratégias que contribuem não apenas com a conservação ambiental, mas também com a disseminação de conhecimento para despertar a consciência de que somos nós os responsáveis por cuidar do meio em que vivemos e de todas as formas de vida que nele habitam.
Um dos muitos resultados positivos decorrentes dessas iniciativas é a conservação, dentro da área, de 404 nascentes do rio Itatinga – importante recurso hídrico local e responsável por gerar 60% da energia que move o porto de Santos, o principal da América Latina. Outro ganho foi a reintrodução da palmeira juçara, antes ameaçada de extinção, por meio da dispersão de mais de 6 milhões de sementes no Parque. A juçara nutre, com seus frutos, boa parte da fauna da Mata Atlântica local que, por sua vez, contribui com o processo de restauração da floresta.
E por acreditar que devemos despertar e desenvolver a consciência ambiental, o Parque das Neblinas atua também na sensibilização de professores e alunos de escolas localizadas em seu entorno para estimular a criação de contextos de aprendizagem que envolvam os elementos da natureza como tema interdisciplinar no ambiente educacional. Por meio do programa de Educação Socioambiental do Ecofuturo, mais de 100 educadores e 3.900 estudantes de 40 escolas da região já foram envolvidos, desde 2010.
Trata-se de um processo contínuo e que exige muita dedicação. Precisamos projetar o futuro, planejar e trabalhar para que a região possa continuar desfrutando da sua condição diferenciada, herdada da natureza. O nosso olhar de cuidado e o resultado das nossas ações responsáveis não trarão benefícios apenas para Mogi e Bertioga – teremos, assim, um mundo melhor para todos.
*Paulo Groke, engenheiro florestal, diretor de Sustentabilidade do Instituto Ecofuturo